quarta-feira, 12 de março de 2008

Transbordar

Cheia. Cheia de amor, cheia de desilusão, cheia de vontade, cheia de ilusão, cheia de chegar, cheia de partir, cheia de ser e cheia de estar. Eu estou muito cheia. Está começando a explodir, esborrar...não fecha mais. Não encaixa, não é linear, faz curvas, curvas, voltando sempre ao mesmo lugar, anda em círculos. Ou melhor, anda em espiral, que nem uma mola...círculo fecha. Mola, não. Tem sempre uma ponta sobrando, aberta. Eu, mola. Completa demais, não quero. Quero fechar, preciso ser incompleta, preciso sentir a falta. Preciso sentir a falta do sentir. Necessito de concentração, necessito do estável, pára. Não cabe mais nada que não seja eu. Preciso controlar todos, preciso ser poderosa, decidir, dizer o certo e o errado. Quero todos dentro do meu mundo. Das minhas regras, deixando eu ganhar no meu jogo, sempre. Meu, meu, meu, meu. Quanto mais meu, menos eu. Tenho que ser pessoa, ser outra, para que só assim eu seja minha.

Um comentário:

tchuly disse...

estou embasbacada. por enquanto o que tenho a dizer é apenas que eu me identifiquei MUITO com teu texto. se foi dulce veiga ou priscilla quem escreveu, não sei. mas me identifiquei com o sujeito principal do texto. gostei muito, principalmente por perceber que vai pela mesma linha de clarice lispector... tu gosta, né?! depois eu leio o resto! :*